É interessante observar um adolescente, hoje cada vez mais jovem, se arriscando na solitária e perigosa experiência com cigarros. Quando toma em sua a mão e traga do cilindro de tabaco, o faz experimentando de uma sensação de liberdade que o arremessa para o lado oposto ao das amarras que o envolviam até ali, em sua vida infantil, onde era submetido aos cuidados e à autoridade dos pais.
O cigarro pode se tornar, naquele momento um símbolo de uma nova proposta de ‘vida’, que o emancipa da condição onde recebia certa proteção, assim como provisões para sobreviver, contudo também responsável por um sentimento crescente de submissão e até mesmo de impotência, sob o domínio da autoridade dos pais. A liberdade é então, cultuada pelo fumante novato em uma nuvem de fumaça que se forma em desenhos psicodélicos no ar, na medida em que a brasa corre pelo cilindro branco até atingir o filtro.
O cigarro pode se tornar, naquele momento um símbolo de uma nova proposta de ‘vida’, que o emancipa da condição onde recebia certa proteção, assim como provisões para sobreviver, contudo também responsável por um sentimento crescente de submissão e até mesmo de impotência, sob o domínio da autoridade dos pais. A liberdade é então, cultuada pelo fumante novato em uma nuvem de fumaça que se forma em desenhos psicodélicos no ar, na medida em que a brasa corre pelo cilindro branco até atingir o filtro.
Durante esse ritual solitário, poderosas substancias químicas, corroboram com todo valor simbólico de algo que se coloca na boca para se acalmar – se pudermos aqui usar da subjetividade e nos arriscarmos em uma analogia, poderemos perceber grande semelhança com a relação que o bebê pode ter com o seio (ou mamadeira).
O orgulhoso mancebo enche seus pulmões de fumaça e assim sente-se no topo de sua liberdade e independência. Gesticula trejeitos que em certos momentos até pode convencer, pelo ar de maturidade, que a liberdade de fato se estabelece naquela nuvem de carbono.
O orgulhoso mancebo enche seus pulmões de fumaça e assim sente-se no topo de sua liberdade e independência. Gesticula trejeitos que em certos momentos até pode convencer, pelo ar de maturidade, que a liberdade de fato se estabelece naquela nuvem de carbono.
O mais curioso nessa relação é que estamos tratando de um modelo de vínculo que em primeiro momento parece ser a solução para certo problema, mas que gradualmente se revela como problema maior. Falo de um representante da liberdade que se tornou prisão.
O cigarro é um bom exemplo dessa qualidade de vínculo, porém, esse formato de relação transcende o exemplo aqui proposto, já que é um modelo de vínculo ocorrente em relação a coisas e também entre pessoas.
--
Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866
prof.renatodiasmartino@gmail.com
http://pensar-seasi-mesmo.blogspot.com.br/
4 comentários:
nossa renato agora to começando a entender esse negocio de símbolo...é tbem uma fuga emocional penso eu ?!...quando vc diz fator independencia, liberdade, ou enfim pura ilusão...e até uma coisa de vínculos ..nossa isso é forte demais ...a falta de conhecimento é o k mais lança o ser humano à isso, a essas dependencias...
nossa renato agora to começando a entender esse negocio de símbolo...é tbem uma fuga emocional penso eu ?!...quando vc diz fator independencia, liberdade, ou enfim pura ilusão...e até uma coisa de vínculos ..nossa isso é forte demais ...a falta de conhecimento é o k mais lança o ser humano à isso, a essas dependencias...
Muito interessante! Gostaria de informações sobre esta crescente submissão aos pais, e um aprofundamento desta ótica. Depois da dependência física, ir cortando esta dependência emocional e por muitas vezes ainda assombradora na fase adulta.Obrigada.
Otimo texto que atraves do cigarro que se oferece como simbolo de uma liberdade muito desejada com o tempo torna-se um vinculo com a morte. Metafora que se estende a outros vinculos que fazemos na trajetoria da vida e que tornam-se perigosos e nocivos para as pessoas.
Postar um comentário