Nascemos de um mundo recluso e solitário. Ainda que tratemos da geração de gêmeos, por conta da incapacidade do aparato sensorial corroborado pela insuficiência de referências, a solidão coincide com a própria realidade. A vida intrauterina é a expressão da solidão. Mesmo depois de nascido, o bebê vive um grande período onde é incapaz de perceber a existência e reconhecer o outro, a essa forma da psique trabalhar, em 1911, Sigmund Freud (1856 – 1939), dá o nome de processo primário do funcionamento mental.
Ainda que o bebê consiga perceber a existência do outro, mesmo assim terá naturalmente, enorme dificuldade em aderir a esse novo universo, onde a vontade do outro se manifesta.
O narcisismo vivido pelo bebê é solitário, já que nesse sistema, o outro não é mais que um espelho de suas vontades.
No entanto, por mais que venhamos de um universo de solidão, existe em nós uma tendência que nos leva a buscarmos o outro e então nos unirmos a ele. Isso fica evidente pela ação de Eros, o Deus do amor, usado por Sigmund Freud para ilustrar a pulsão de vida, a tendência que tem a função de ligação e que, através do que chamou de libido do objeto, nos impulsiona em direção ao outro.
No entanto, Freud também nos ensinou que, por outro lado existe a pulsão de morte, tendência contraria que através da libido narcisista nos leva a afastarmo-nos do outro e nos voltarmos a nós mesmos. “O objetivo do primeiro desses instintos básicos é estabelecer unidades cada vez maiores e assim preservá-las – em resumo, unir; o objetivo do segundo, pelo contrário, é desfazer conexões e, assim, destruir coisas. (Freud, 1940). Freud, propõe que o instinto destrutivo tem o objetivo final de levar o que é vivo a um estado inorgânico.
“Por essa razão, chamamo-lo também de instinto de morte.” (Freud, 1940). Para Freud a tendência de ligação, da qual chamou de Eros, apareceu na natureza bem depois que a tendência de separação, que poderíamos chamar Thânatos (Deus grego da morte), que busca o retorno do estado anterior. Sendo assim, a manifestação de Eros (ou instinto do amor), representa uma evolução.
“Fazê-lo pressuporia que a substância viva foi outrora uma unidade posteriormente desmembrada e que se esforça no sentido da reunião.” (Freud, 1940). Se essas propostas fazem sentido até aqui, então poderíamos expandir a reflexão no âmbito emocional-afetivo. Esse modelo pode ser aplicado perfeitamente na expansão emocional, onde cada evolução condiz com novas ligações bem sucedidas.
No entanto, por mais que venhamos de um universo de solidão, existe em nós uma tendência que nos leva a buscarmos o outro e então nos unirmos a ele. Isso fica evidente pela ação de Eros, o Deus do amor, usado por Sigmund Freud para ilustrar a pulsão de vida, a tendência que tem a função de ligação e que, através do que chamou de libido do objeto, nos impulsiona em direção ao outro.
No entanto, Freud também nos ensinou que, por outro lado existe a pulsão de morte, tendência contraria que através da libido narcisista nos leva a afastarmo-nos do outro e nos voltarmos a nós mesmos. “O objetivo do primeiro desses instintos básicos é estabelecer unidades cada vez maiores e assim preservá-las – em resumo, unir; o objetivo do segundo, pelo contrário, é desfazer conexões e, assim, destruir coisas. (Freud, 1940). Freud, propõe que o instinto destrutivo tem o objetivo final de levar o que é vivo a um estado inorgânico.
“Por essa razão, chamamo-lo também de instinto de morte.” (Freud, 1940). Para Freud a tendência de ligação, da qual chamou de Eros, apareceu na natureza bem depois que a tendência de separação, que poderíamos chamar Thânatos (Deus grego da morte), que busca o retorno do estado anterior. Sendo assim, a manifestação de Eros (ou instinto do amor), representa uma evolução.
“Fazê-lo pressuporia que a substância viva foi outrora uma unidade posteriormente desmembrada e que se esforça no sentido da reunião.” (Freud, 1940). Se essas propostas fazem sentido até aqui, então poderíamos expandir a reflexão no âmbito emocional-afetivo. Esse modelo pode ser aplicado perfeitamente na expansão emocional, onde cada evolução condiz com novas ligações bem sucedidas.
A evolução mental, a partir desse pressuposto, se manifesta na capacidade do sujeito na experiência de se vincular e manter relações afetivas com o outro. A maturidade emocional, na expansão da mente, está diretamente ligada à capacidade de se ligar e conviver com o outro.
É justamente nessa união e não pode ser de outra forma, que passa a ser possível se gerar o novo. Assim como nos orienta Wilfred Bion (1897 – 1979) quando propõe que “A unidade biológica é o casal” (Bion, 1977).
A vida se prolifera a partir do encontro bem sucedido. Antes disso, o amor próprio tem na união com o outro um representante considerável. Amar a si mesmo se manifesta na capacidade de se vincular e conviver junto do outro.
Contudo, ocorrem entraves e revezes na ordem das experiências de Eros. Se a capacidade de amar a si mesmo traz a possibilidade de desfrute de momentos solitários, úteis na dedicação reflexiva, por outro lado, severas decepções afetivas, agravadas pela incapacidade em tolerar desconfortos, podem levar o sujeito a definitivamente decidir viver sozinho.
Enquanto “ficar sozinho” é uma habilidade nobre, decidir “ser sozinho” é o desdobramento de uma triste incapacidade. Constituir vínculos, assim como a disposição para conviver com o outro é uma capacidade nobre que requer tolerância, deste modo não é acessível a todos. Por conta de experiências malsucedidas, muitas vezes na mais tenra infância, o sujeito pode se convencer que nasceu para viver sozinho.
A pulsão de morte se manifesta, toma conta do funcionamento e o sujeito desliga o interesse pelas relações (libido objetal) se refugiando num mundo onde não cabe o outro (libido narcisista), assim como vivia no funcionamento mental do processo primário. Numa tendência a retornar a formas anteriores de funcionar, assim como fora a vida intrauterina, onde se encontrava solitário. Portanto, pelo menos na dimensão emocional-afetiva, aquele que repete, de alguma forma tenda a manter-se solitário.
Bion, W. R. (1992) CONVERSANDO COM BION. Quatro discussões com W. R. Bion (1978). Bion em Nova York e em São Paulo (1977), Rio de janeiro: Imago.
Freud. S. FORMULAÇÕES SOBRE OS DOIS PRINCÍPIOS DO FUNCIONAMENTO MENTAL, (1911), Vol. XII. Rio de janeiro: Imago.
______. A MENTE E O SEU FUNCIONAMENTO, PARTE I, in ESBOÇO DE PSICANÁLISE, (1940), Vol. XXIII. Rio de janeiro: Imago.
Fone: 17- 991910375
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