NUTRIÇÃO
AFETIVA
Muitas
vezes o sujeito chega na clínica psicanalítica, chega para fazer psicoterapia e
ele se queixa de uma dor psíquica, seja ela uma ansiedade ou uma angústia, e
ele busca que isso seja reparado. No entanto, ele vive num ambiente
extremamente empobrecido de vínculos saudáveis. Logo, isso fica inviável,
porque o vínculo que não seja saudável, além de não nutrir o sujeito dessa
saúde afetiva, que inclui amor e verdade, que inclui doação e limite, ele ainda
retira do sujeito o pouco de saúde emocional que esse sujeito possa ter. Para
que o sujeito possa ter um funcionamento emocional saudável, ele carece de ser
nutrido de afeto saudável. Ele carece de vínculos saudáveis. Ele carece desse
tipo de nutrição. Assim como o corpo se alimenta de comida, a mente se alimenta
de amor e verdade. Quando o funcionamento emocional não tem isso, ele tende a
se desnutrir e com isso adoecer. A psicoterapia precisa ser por excelência um
ambiente nutridor de amor e verdade, de dedicação e de limites.
APRENDER
A TOLERAR
Professor,
como é que eu aprendo a tolerar frustrações? Já que a tolerância frustração é a
base de um bom funcionamento emocional, somente a partir de vínculos saudáveis,
somente através de vínculos de confiança. É a partir desse tipo de vínculo que
o sujeito aprende a tolerar frustrações.
INCERTEZAS
Viver
num acordo com a realidade é viver na dúvida, é viver na incerteza. E a dúvida
e a incerteza são geradoras de desconforto. E para que eu possa viver num
acordo com a realidade, eu preciso tolerar esse desconforto que é gerado pela
dúvida e pela incerteza. O bebê aprende a lidar com a dúvida e com a incerteza
a partir do vínculo saudável com a mãe e, posteriormente, com o pai. São eles
que vão trazer para o sujeito um ambiente seguro o suficiente para que ele
possa aprender a tolerar qualquer incerteza que venha a acontecer.
O
CAMINHO
O
ambiente psicoterapêutico também tem esta função. Muitas vezes o paciente chega
cheio de dúvidas e cheio de incertezas, imaginando que isto é o fim, imaginando
que isso é o colapso da sua mente. No entanto, a partir das experiências
bem-sucedidas com o psicoterapeuta, ele vai percebendo que a dúvida e a
incerteza são elementos que fundamentam o acordo com a realidade. O caminho é
dúvida, o caminho é incerteza. A gente até cria objetivos, a gente até cria
ideais, mas aqueles ideais e aqueles objetivos não são o final da história, não
vão trazer segurança alguma para gente, não vão trazer certeza alguma para
gente. Um sujeito que está caminhando de forma saudável, quando ele chega lá, o
lá não é mais lá, porque o que importa é o caminho e não a chegada.
APOIAR
OU INCENTIVAR
O
vínculo saudável é aquele que permite dependência, mas que propicia a
independência. Para que um vínculo seja saudável, este vínculo deve permitir
que haja a dependência, mas que esteja propício à independência assim que for
possível. Deve apoiar a independência, não deve sugerir, não deve promover, não
deve incentivar, mas deve apoiar, porque assim que esse vínculo for realmente
estabelecido, de maneira saudável, a independência começa a se desenvolver.
DESPREPARO
DOS PAIS
A
criança é um grande para-raios, é uma grande esponja de tudo que acontece
dentro da casa, tudo que acontece no lar, tudo que acontece na família. A
criança acaba sendo um grande porta-voz. E muitas vezes, aquele que nos procura
na clínica é o sujeito mais saudável da família, porque é aquele que deu conta
de tudo aquilo e ainda foi capaz de pedir ajuda, enquanto os outros estão
extremamente envolvidos com as suas defesas, com as suas neuroses, com as suas
psicoses, responsabilizando o outro, culpando o outro. Então, muitas vezes a
gente tem quando criança a impressão de que a gente é o problema. E quando a
gente cresce, a gente começa a perceber que grande parte desses problemas
vinham dos pais, o despreparo desses pais de cuidarem dessa criança. E aí mandam
a criança para o neurologista, pro psicopedagogo, para o psiquiatra, sabe lá
para quem? Para dar conta daquilo que na realidade foram os pais que não deram
conta.
DE
GERAÇÃO PARA GERAÇÃO
As
mazelas que são transmitidas de geração para geração, passando de pai para
filho, onde um não é capaz de reconhecer a realidade e cuidar de si mesmo para
que ele possa reparar o seu funcionamento emocional. E ele passa isso para os
filhos e os filhos passam pros netos e vão vai passando de geração em geração,
porque ninguém foi capaz de dar conta disso, porque o meu filho não pode sofrer
daquilo que eu sofri em relação aos meus pais.
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