A psicanálise consiste numa
grande procura. A busca pela verdade sobre si mesmo. Uma verdade da qual nunca
seremos possuidores, mas que tem o nobre propósito de nos guiar. Sendo assim a
verdade é a orientação e não o objetivo. Uma busca que deve se fazer incessante
e que nos propõe desafios inimagináveis em suas vicissitudes.
Dessa maneira, aquilo que
foi determinado como teoria psicanalítica deve respeitar também o fluxo dessa
procura. Como um instrumento que deve ser constantemente fomentado e que possa
expandir-se incessantemente em suas articulações. Assim como Wilfred Ruprecht
Bion (1897-1979) bem nos orientou:
"É um pensamento
errante em busca de algum pensador para se alojar nele." (Bion,
1978). Alojar-se para que ali possa
expandir-se e irromper para além do próprio pensador.
A teoria psicanalítica se
mantém viva e se desenvolvendo por conta de novos pensadores que se propõem a
acolherem o que foi estabelecido como teoria e o ampliarem através de suas
práticas.
Para tanto, a maturidade
emocional daquele que se propõe a essa prática é imprescindível.
A maturidade
emocional proporciona a possibilidade de deslocar-se do nível do “saber sobre”
para se estender na dimensão do “estar sendo” em relação ao outro.
Esse é o fundamento da nova psicanálise.
Bion. W. R.
(1992).Conversando com Bion. Quatro discussões com W. R. Bion (1978). Bion em
Nova York e em São Paulo (1980). Rio de janeiro: Imago Editora.
Fone: 17- 991910375
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