Dentro da psicanálise do acolhimento, existem alguns pressupostos fundamentais. Um deles é que os elementos carecem estar realmente prontos para serem acolhidos. Precisam brotar espontaneamente. Dessa forma, pensamentos que sejam desconfortáveis ou que sejam evitados pelo paciente, em que ele diga: “Isso eu não gosto de trazer, eu não gosto de lembrar...”, não devem ser tocados. São como fruto que não está pronto para ser colhido. Tentar colher (acolher) o que não está pronto para tal é um ato de violência. Insistir em mexer no que não está no tempo de ser tocado é ato de desrespeito. Na verdade, só gerará mais defesas, tornando o conteúdo cada vez mais inacessível. Se o paciente não trouxer o material de maneira espontânea, esse material não está pronto para ser trabalhado. Se ele, por acaso, sonhou com alguma coisa e esse sonho não puder ser recordado espontaneamente é porque estes elementos que foram esquecidos foram submetidos a uma censura, foram submetidos a defesas e não chegaram a serem acessíveis e se não chegaram até aqui é porque não estão prontos para serem acolhidos ou colhidos. A prática da psicanálise do acolhimento deve ser análoga à um terreno (continente) fértil, onde por trazer confiança, os elementos amadurecem em seu tempo e podem ser acolhidos de forma adequada.
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2 comentários:
Gratidão professor Renato por nos acolher e ser este continente que nos traz confiança e nos gera esperança que é o ato de fé 🙏
Maravilha de leitura! Muito obrigada professor Renato e parabéns pela forma tão agradável da escrita.
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