Entretanto, por mais que esteja aqui usando os termos olhar, ou ainda a palavra ver, esse reconhecimento afetivo para consigo mesmo diz respeito ao “todo do ser”, não só naquilo que pode ser captado pelos olhos, no sentido da visão.
Ainda assim, a beleza do corpo reflete a beleza interior de cada um de nós. Portanto, o que faz alguém atraente deve estar muito mais relacionado ao nível de autoestima do que a padrões de beleza física.
Padrões preestabelecidos a partir do ponto de vista de alguém ou de certo grupo específico, que muito provavelmente deve ter um ganho com isso. E ansiando pela aprovação do outro vamos nos distanciando de nós mesmos.
Padrões de medidas, como altura, formato e peso, que na realidade são muito mais adequados à objetos inanimados.
Ou ainda, tonalidade de pele, origem étnica, e até mesmo período cronológico da vida, são completamente irrelevantes quando é possível se contar com a autoestima bem estruturada. Quando aprendemos a nos respeitar como somos, ou melhor, como estamos sendo, e com isso desenvolvemos amor próprio, nos sentimos belos em nossas características, dispensando o olhar aprovador (ou mesmo desaprovador) do outro.
Por outro lado, quando o sujeito tem dificuldade em confiar em si mesmo, por conta do baixo nível da autoestima, pode passar a desprezar sua essência, por desvalorizar o eu. Com isso deve se apegar de forma desmedida, aos padrões preestabelecidos. Enquanto adequado a esses padrões, o sujeito parece ter uma sensação de suposta segurança. Porém, a reclamação desses padrões dificilmente terá limites, exigindo do sujeito cada vez mais, por mais que ele possa parecer estar adequado a essas impiedosas normas exigidas.
Inúmeros prejuízos decorrem daí, como é o caso do impedimento de viver experiências que poderiam enriquecer a vida de alegria, por se julgar inadequado e muitas vezes se sentir ridículo. Outro grande prejuízo é que deve ser muito pouco provável que alguém possa admirar uma pessoa que não esteja sendo capaz de admirar-se a si mesmo. Quando não se é capaz de respeitar a si mesmo, acaba por dar direito ao outro para desrespeitá-lo. Quando não somos capazes de reconhecer características positivas em nós mesmos, passa a ser difícil acreditar no reconhecimento do outro. Muitas vezes ignorando e desprezando o que de melhor podemos guardar em nós.
Na realidade, aquele que se preocupa de forma desmedida com a aparência física está descuidando de sua essência e assim, corre o risco de se ligar às pessoas que fazem assim também. Não será surpresa se em algum momento se perceber cercado de gente superficial, que valoriza o fútil.
Aquele que faz suas escolhas afetivas através de padrões de beleza pré-estabelecidos, não busca um amor, busca um troféu.
Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Alameda Franca n° 80,
Jardim Rosena,
São José Do Rio Preto – SP
Fone: 17-991910375
prof.renatodiasmartino@gmail.com
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6 comentários:
Excelente matéria.
Parabéns amigo Renato. Beijinho
Alexandra Albergaria
Amei sua publicação e bem assim mesmo
Importantíssima reflexão!
Profundo, muito importante cada fala.
Parabéns querido professor Renato , belíssima reflexão
Muito bom!👏👏👏
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