Não é novidade alguma o fato de que a capacidade de amar não é inata no humano. Por mais que possa existir a essência do amor na concepção de cada um de nós, ainda assim, carecemos de desenvolvê-la para que ela se manifeste na vida.
Parece ser necessário que o sujeito tenha sido amado pelo
outro para que possa aprender a amar a si mesmo. A partir da capacidade de amar
a si próprio, passa a ser possível estender esse amor ao outro.
Diferente de como se usa de modo coloquial, o amor não é um
sentimento, mas é uma nobre capacidade, que carece ser desenvolvida através do
amor do outro. Através da cultura popular, aprendemos a chamar de amor inúmeras
experiências que, nem de longe, podem preencher as condições que atendam à
vivência de um amor verdadeiro.
Chamamos de amor a atração física, assim como o ato de se
satisfazer sexualmente com o outro, por exemplo. Ainda, ousamos chamar de amor,
relações de dependência, assim como nomeamos de amor relações que incluem
desrespeito. No entanto, experiências sinceras de amor são extremamente
atípicas. Relacionamentos de amor terno, sinceros e saudáveis são muito raros.
A psicanálise nos ensinou com muita propriedade que o
narcisismo é uma característica inerente ao humano. Grande parte dos casais
estão juntos, não por se amarem, mas por comodismo e garantias. A maior parte
das pessoas se aproxima e se mantém perto do outro por conta de conseguirem
tirar proveito disso, mas assim que não conseguirem mais isso, virarão as
costas.
Contudo, quando aprendemos a nos amar e nos respeitar sinceramente, vínculos que não incluam amor e respeito, ficam evidentes, ainda que possam ser muito bem dissimulados em palavras doces e sedutoras.
Por outro
lado, quando não se ama a si mesmo e não se está sendo capaz de confiar em si
próprio, fica obstruída a capacidade de avaliar a qualidade daquilo que vem do
outro.
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