quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

VÍNCULO SAUDÁVEL - Prof. Renato Dias Martino



Uma mente perturbada perturba outra mente. 
O sujeito que convive com alguém que esteja perturbado emocionalmente, vai se contaminar com esta perturbação e também vai ficar perturbado. 
Agora, quando o sujeito viveu um vínculo saudável e pode estruturar a sua personalidade, ele é capaz de perceber esta perturbação na mente do outro e tomar atitudes quanto a isso. 
E a atitude mais adequada é se afastar desta pessoa. 
Um vínculo saudável precisa ter dois elementos imperiosos. 
O primeiro: amor. E este amor não é o amor de gostar, mas é o amor de dedicar-se, de doar-se, de renunciar pelo outro, mesmo que não se goste do outro. 
O segundo elemento é o limite, a sinceridade, a verdade, a franqueza. Um vínculo saudável, impreterivelmente tem que contar com amor e sinceridade.

ESPERANÇA OU DESESPERO 

Se o vínculo que o sujeito teve com o outro não foi um vínculo saudável, que tivesse amor e verdade, o amor e a verdade junto trazem paz, trazem uma atmosfera de paz, se este vínculo não foi de paz, quando esta pessoa, este sujeito se afasta, o que fica é desespero. 
Quando houve este vínculo saudável, o que fica é esperança. 
Desespero, por medo de abandono, por medo de exclusão, por medo de qualquer elemento destrutivo. 
Esperança de retorno, esperança de crescimento, esperança de alegria.

ROMPIMENTO

Dentro do âmbito emocional e afetivo, não existe rompimento. 
A ideia de rompimento é uma alucinação. 
“Ah! Eu rompi a relação com alguém!” 
Não, você não rompeu esta relação. 
Essa relação continuou existindo, mas ela se adequou àquilo que poderia ser possível. 
Há um vínculo possível das partes. 
Aquele modelo de vínculo que existia até então, não estava sendo possível, estava sendo nocivo, estava ferindo alguém. 
Então, houve uma mudança de modelo de vínculos, mas ainda existe uma relação. Talvez mais distante, talvez diferente da anterior, mas nunca houve um rompimento. 
Não existe rompimento. 
Muitas vezes, o sujeito está junto do outro, próximo do outro, numa relação muito estreita e ele não consegue amar o outro daquela forma e quando ele se afasta daquela pessoa, quando ele adequa esse vínculo naquilo que é possível, ele consegue inclusive, começar a amar aquela pessoa, porque ele não está próximo o suficiente para aquela pessoa feri-lo, ou machucá-lo. 


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