quinta-feira, 19 de junho de 2025
SER MÃE - Prof. Renato Dias Martino
quinta-feira, 12 de junho de 2025
PROPICIAR OU PROMOVER - Prof. Renato Dias Martino
FUNÇÃO PSICOTERAPÊUTICA
O psicoterapeuta tem a função
de propiciar a possibilidade de reparação afetiva e emocional, ele não tem a
função de promover. Ele não promove, ele propicia. Qual é a diferença? Promover
é ele quem faz, propiciar é abrir espaço para que possa acontecer. Então, tem
um abismo entre essas duas coisas. A nossa função enquanto psicoterapeuta é
propiciar um ambiente que seja favorável à reparação emocional e afetiva nos
vínculos, não proporcionar.
PROPICIAR
Quando eu proporciono alguma
coisa, sou eu que faço, eu que trago a coisa, eu proporciono aquilo. O sujeito
que proporciona, ele é quem provoca a coisa, é ele quem faz a coisa. O sujeito,
quando ele propicia, ele abre espaço para que a coisa possa acontecer. Então,
existe uma diferença entre o psicoterapeuta que se propõe a proporcionar e o
psicoterapeuta que se propõe a propiciar. Propiciar é abrir espaço, favorecer
um ambiente para que a experiência possa acontecer. Proporcionar é ele quem faz
a experiência acontecer. Eu não posso prometer isso. Eu não proporciono nada,
eu propicio.
HUMILDADE
A mudança de proporcionar e
propiciar é um exercício de humildade. É reconhecer que eu não proporciono
nada, que eu não sou capaz de proporcionar nada, mas eu posso propiciar, porque
quando eu propicio, eu também trago a responsabilidade para o paciente. O
paciente também tem a responsabilidade nisso. Depende também da capacidade do
paciente, se essa experiência vai acontecer ou não, essa experiência de
reparação. Quando eu proporciono, não importa o paciente, não importa a
capacidade do paciente, eu vou proporcionar. Não! Eu não vou proporcionar, eu
vou propiciar.
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sexta-feira, 6 de junho de 2025
DESAPEGO E AMOR - SE TORNAR DESNECESSÁRIO - Prof. Renato Dias Martino
sexta-feira, 30 de maio de 2025
NEUROSE, PSICOSE, PERVERSÃO E AMOR - Prof. Renato Dias Martino
NEUROSE
E PSICOSE
A
neurose, essencialmente é configurada por um desejo perverso reprimido. Quando
se deseja alguma coisa e se é reprimido nesse desejo perverso, isso claro na
infância, o sujeito desenvolve um sintoma e esse sintoma é um sintoma
neurótico. Existe uma parte do sujeito que não concorda com a realidade. Um
pedaço desse sujeito que não concorda com a realidade. E este pedaço gera um
sintoma. Esta parte gera um sintoma. Este é o sujeito que tem a predominância
neurótica da mente. O psicótico já é o contrário. O psicótico tem só um
pedacinho que é ligado na realidade e o resto todo é cindido. Ele não está na
realidade. Só um pedacinho mínimo para que ele possa conviver.
PERVERSO
POLIMORFO
O
Freud chamava o bebê de perverso polimorfo. Por quê? Porque o bebê se satisfaz
de várias maneiras. Com a boca, mamando. Ele se satisfaz evacuando. Perversão é
se satisfazer de alguma forma que não seja a cópula. O órgão genital masculino
com o órgão genital feminino. Quando a criança é reprimida nesta sua
satisfação, que naquele tempo é saudável, ele desenvolve um desejo
substitutivo, que vai se configurar num sintoma. Então, todo sintoma neurótico
é uma perversão reprimida. O Freud vai dizer assim: "A neurose é o
negativo da perversão".
SINTOMA
NEURÓTICO
O bebê
não mamou no tempo adequado e desenvolve na vida adulta uma compulsão alimentar
que vai levá-lo à obesidade. O desejo perverso que é se satisfazer com a mucosa
da boca vai se converter num desejo de comer abusivamente. A necessidade de se
nutrir junto com a satisfação sexual da mucosa, que é, a princípio perversa,
porque não é uma satisfação dos órgãos sexuais, reprimida vai levar o sujeito a
desenvolver um desejo substitutivo com a promessa de que vai trazer essa
satisfação que ele precisaria lá atrás. Vai levá-lo a desenvolver um sintoma
neurótico e vai gerar a obesidade, vai gerar a compulsão alimentar.
O AMAR
A
maturidade emocional leva o sujeito a renunciar de desejos e se integrar às
vontades que são necessidades. Quanto mais maduro emocionalmente o sujeito for,
ele vai priorizar as suas necessidades. E esta priorização também inclui a
capacidade de adiar estas vontades. Ser capaz de adiar as vontades faz parte da
sua maturidade emocional. Ele é capaz de adiar as vontades, renunciar de
desejos e com isso ele amplia sua capacidade de se doar que é justamente o
amar.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
AMAMENTAÇÃO - Prof. Renato Dias Martino
INTERRUPÇÃO
Amamentação é um fator da função materna. Se, por acaso a
amamentação teve que ser interrompida bruscamente, todos os outros fatores, ou
a maior parte dos outros fatores da função materna precisam estar funcionando
de maneira bem-sucedida. Se os outros fatores estiverem funcionando de maneira
bem-sucedida, a interrupção da amamentação não vai comprometer. O problema é
quando a amamentação que é interrompida bruscamente vem com a interrupção de
outros fatores da função materna. Porque, a mãe pode continuar cuidando com
carinho, com dedicação, mesmo que a amamentação tenha sido interrompida
bruscamente, pode lançar mão de outros recursos e continuar nutrindo o bebê de
carinho, de cuidado de atenção, de reconhecimento.
MAMADAEIRA
A mãe, por exemplo, pode ter um problema de não produzir o
leite e lançar mão do recurso da mamadeira no lugar do seio. Quando ela está
sendo suficientemente boa, quando ela está sendo dedicada comum, como diria
Winnicott, ela vai lançar mão da mamadeira e vai cuidar do bebê independente do
leite estar saindo do seio. Por outro lado, uma mãe pode dar o seio, pode estar
produzindo leite e não conseguir passar o afeto a partir das mamadas. Estar
dando mamá para o bebê, desconfortável, fazendo aquilo lá a contragosto. E é
pior do que dar a mamadeira.
DESMAME
O desmame é muito mais difícil para a mãe do que para o bebê.
A criança se adapta rapidamente no desmame, a mãe nem tanto. Principalmente se
a mãe tiver ali, projetando na amamentação elementos que não foram bem
elaborados na vida dela. Aí ela vai estender essa amamentação muito mais do que
o necessário, ou vai interromper na medida em que ela esteja se sentindo
desconfortável com aquilo. Muitas vezes, a mãe pode manter a amamentação do
filho para se defender de alguma situação, por exemplo.
OUTRA MÃE
Uma mãe que cuida de dois filhos, ela nunca cuida da mesma
forma dos dois filhos. Me desculpe! Me perdoe! Essa mãe era uma quando nasceu
um filho e ela é outra quando nasceu outro filho. Ela está em desenvolvimento.
Ela está passando por situações, por contingências completamente diferentes
quando nasceu um e quando nasceu o outro. Pode ter nascido o primeiro filho e
ela cuidou desse filho numa fase muito tranquila da vida dela, numa
tranquilidade financeira, numa tranquilidade emocional, numa tranquilidade
afetiva. Quando chega o segundo filho pode acontecer um monte de problemas e
esses problemas podem afetar na criação deste filho. É um papo muito furado
esse de falar: "Ah! Eu cuidei dos dois filhos, igual. Eu criei os dois...”
Não! Não cuidou! Não! Não criou! E eu não estou tentando culpar ninguém por
isso, mas falar isso é uma falácia! É uma mentira! Porque não acontece dessa
forma.