quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Crítica as razões

Crítica as razões
Renato dias Martino

Se pudermos incluir dentre essas perspectivas de estudo do saber, as ideias de Immanuel Kant (1724 – 1804), o vértice das 'possibilidades' passa a ser o instrumento principal na busca pelo conhecimento. O ponto de partida da filosofia de Kant é justamente o problema do conhecimento, e a ciência, tal como existe.
Esse importante filósofo alemão propõe duas categoria básicas de conhecimento, o conhecimento a priore e o conhecimento a posteriori. Para esse importante pensador, o conhecimento a priori não depende da experiência, sendo assim, algo transmitido teoricamente. Esse padrão de conhecimento segue um modelo de saber acumulativo, que baseado em um um fato registrada na memória e que foi percebida pelos orgãos dos sentidos. Então pode ser transmitido a outrem, como verdade.
No extremo oposto, estaria o conhecimento a posteriori, ou como Kant o denominava em alguns casos, o saber sintético. Nesse molde de saber estaria aquele conhecimento que seria resultam da experiência e, por isso, implicaria aspectos privados e incertos. Segundo esse modelo proposto por Kant, o conhecimento é vínculo, ou relacionamento entre o sujeito e o objeto do conhecimento.
Para Kant, são necessários os dois modelos de conhecimento e isso coincide com a nomeação (a priori ) da experiência (a posteriori). A partir dessa proposta de pensamento, não se pode conhecer as coisas "em si", mas apenas o que podemos obter através da experiência com ela. Isso equivale dizer que aquilo que chamamos de coisa, é apenas aquilo que pudemos conhecer do objeto, e nunca a coisa “em si”.

Entretanto, é uma forma menos ecessivel e seleta do saber, pois é uma maneira de pensar que torna o sujeito responsável pelo saber. Certa pedagogia regida por esses moldes propostos por Kant, talvez fosse aquela calcada na priorização das possibilidades em se qualificar o sujeito para a experiência. Isso, para Kant, representaria a retirada do sujeito de sua menoridade, posição onde se encontra dependente do saber do outro. O ‘por si mesmo’ é a bandeira do saber kantiano, e seria talvez a única forma de ensino que poderia receber o titulo de real.

Qualquer outra tentativa de conhecimento, colocaria o sujeito dependente da experiência do outro, invalidando grande parte do vínculo com a própria realidade do objeto do conhecimento. Não é muito difícil chegarmos a uma concepção onde uma verdade contada não pode ser comparada a uma verdade vivida. Segundo a proposta de Kant, fora da experiência não pode haver o real aprendizado.

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Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866
renatodiasmartino@hotmail.com

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