sábado, 11 de novembro de 2023

DO CONTROLE AO ACORDO - Prof. Renato Dias Martino



A palavra controle traz uma ideia de que você comanda alguma coisa. Você pode comandar o teu mouse, você pode comandar o teu carro, mas quando você tenta comandar, ou controlar alguma pessoa, que seja o outro ou mesmo a si mesmo, você está desrespeitando. Porque na realidade, a gente não comanda nada. Todas as vezes que a gente tenta comandar, nós estamos numa relação desrespeitosa, com tudo que é animado. Seja com outra pessoa, seja consigo mesmo, ou seja, até com um animal, por exemplo. Quando você vê um ser humano tentando comandar um outro animal, por mais bonitinho que possa parecer, na realidade, é um grande desrespeito. Eu prefiro usar o termo “acordo” com sigo mesmo. Quando você estabelece um acordo consigo mesmo, você consegue conter as ações que não sejam pensadas. Conter para que você não atue. Estar de acordo consigo mesmo não é controlar a si mesmo é concordar consigo mesmo. A partir do momento que você concorda consigo mesmo, você não precisa mais se controlar, você se responsabiliza pelas suas ações e pelos seus atos.

CONTROLE E IDEAL DE EU

Quando eu falo a palavra controlar, eu estou dando de bandeja para o superego, um elemento para que depois ele possa me cobrar. “Você precisa se controlar!!!” Não! Eu não preciso me controlar, porque eu estou num acordo comigo mesmo. O acordo consigo mesmo é uma experiência do ego, do eu pro eu mesmo e o controlar é uma experiência que se estabelece entre o eu e o “deveria ser”. Entre o eu e o ideal de eu.

FUGA DO CONTROLE

Tudo aquilo que é controlado tende a tentar escapar deste controle e aí que acontece no momento e inoportuno a ação não pensada. Inclusive, quando o sujeito está aditivado, por assim dizer. Quando ele bebeu algumas a mais. A gente costuma dizer que o superego é solúvel em álcool. Dissolve o superego, que é aquele juízo sensor, que é o ideal de eu, que é o “deveria ser”. E aí, ele atua, age sem pensar.

CONTROLE OU ACORDO

Quando eu estou num acordo comigo mesmo, não tem isso. Sabe por que que não tem isso? Porque eu me responsabilizo. Inclusive pelas minhas ações que eu não pensei. Quando eu me responsabilizo pelas minhas ações, que eu não pude pensar, eu passei a pensá-las. Elas são minhas, eu não vou ficar procurando um culpado, eu me responsabilizo. Eu percebi. Eu reconheci. Eu aprendi a respeitar e me responsabilizo. Por isso aí acontece a transformação. Porque isso passa a ser parte da minha personalidade.










Prof. Renato Dias Martino

 


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