domingo, 11 de fevereiro de 2024

CURA - Prof. Renato Dias Martino




Quando a gente fala de alguma coisa que chega na clínica psicoterapêutica, a gente tem esse olhar popular de cura e muitas vezes o Freud promoveu isso. Essa ideia de cura. Mas, não existe cura naquilo que a gente tem dentro do funcionamento emocional-afetivo. O que existe é ser capaz de aprender a respeitar isso. Então, quando o sujeito traz uma dor, uma angústia, uma ansiedade, gerada por algum conflito emocional ou afetivo, ele precisa ser capaz de aprender a reconhecer, respeitar e se responsabilizar por isso. E aí, isso aí vai se integrar a sua personalidade. Não acredito de maneira alguma, que algo possa ser curado dentro dessa dimensão. O que pode haver é aprender a conviver com isso de tal maneira que isso passa a ser integrado à sua personalidade. Então, se o sujeito tem esse ímpeto de buscar a aprovação do outro isso não vai deixar de existir, mas de alguma forma, vai ser contido, vai ser reconhecido, vai ser respeitado e o sujeito passa a se responsabilizar por isso e a partir daí, passa a se integrar a sua personalidade e aí ele começa a dar conta disso. Talvez um dia isso vá se amenizando aos pouquinhos, mas o psicoterapeuta que promete para o sujeito que vai haver uma cura, ele é um charlatão. Porque isso é impossível. Existe uma “pró-cura”, uma eterna procura, mas não uma cura e isso vai desde os sintomas mais brandos de neurose, até as questões mais severas dentro do âmbito psicótico. O trabalho é reconhecer, aprender a respeitar e se responsabilizar. Quando isso acontece, a gente já conseguiu um grande avanço na direção dentro das experiências da psicoterapia.



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