Arthur Schopenhauer (1788-1860) |
Sigmund Freud (1856-1939) |
Um terceiro modelo e o que nos interessa sobre medida nesse momento, é justamente aquele que faz pensar. O que implica para Freud (1911), a entrada do principio da realidade. O que permite adiar certas ações através da contenção do impulso que assim ganha à chance de transformar-se em pensamento simbólico. A capacidade mental em tolerar desconfortos é que proporciona o que chamaríamos de continência psíquica e definirá o norte dessa experiência com o real. Contudo, conter emoções desse calibre, de maneira saudável, exige essencialmente criatividade. A consciência do nascimento e morte obriga a criação de um espaço entre esses dois fatos. Justamente a subseqüência de um processo do qual aprendemos chamar de “vida”.
Gradiente evolutiva
Se depois de pensarmos nesses modelos de formação psíquica, estamos de acordo, e até aqui nos faz certo sentido em comum, podemos então desenvolver a idéia de uma escala evolutiva do pensar. Uma escala onde podemos até tentar eleger um ponto de partida, contudo, assim como seu apogeu, ele nunca coincidirá com idéias acabadas ou saturadas em sua dimensão. Estamos falando do percurso seguido pelo elemento mais primitivo da mente rumo ao seu desenvolvimento, ou mais adequadamente falando, sua expansão. Um impulso gerador de fantasias no contato com a consciência da perda. Podemos sugerir talvez, a sensação gerada pelo contato com aquilo que se é capaz de chamar de realidade, como ponto de partida e a formação da idéia simbólica (a saber, a capacidade de tolerar a ausência do real sensorial), como pretensão de objetivo a se alcançar. Parece-me que isso definirá algumas experiências que se possa viver com a memória da perda e ainda o que isso pode representar. Algo como prejuízo na estrutura do ego (personalidade), ou no extremo oposto, vitória e superação de limites e consequentemente fortalecimento e expansão do eu?
Joseph Breuer (1842-1925) |
Assim, podemos mensurar a dimensão da importância da memória da perda assim como a necessidade de nos tornarmos consciente dela para o bom funcionamento mental. Cada iminência de perda remete á experiências de sensação de desamparo ocorrida num tempo onde o acolhimento, sensação de segurança, ou de se sentir contido num ambiente saudável, eram a única maneira e justamente, o que definiria a sensação de estar vivo. A confusão do que é a morte da abstração e o que é a morte efetiva.
Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
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