segunda-feira, 30 de maio de 2011

Genética X Paixão

 Lézio Júnior Editoria de Arte
Genética X Paixão
 
Francine Moreno


De repente seu coração bate mais forte, a barriga gela, as pernas tremem, a respiração fica ofegante e o rosto queima. Essas reações acontecem quando, subitamente, nos apaixonamos por alguém. O que para poucos parece ser algo fácil de se explicar, para pesquisadores está muito além de nossas forças e muitas vezes contraria os mecanismos humanos. Ao estudar a euforia da paixão e do amor, cientistas procuram desvendar os mistérios da escolha amorosa. Como isso acontece? O que existe por trás da paixão? Porque nos atraímos por certo tipo de pessoa? A antropóloga e pesquisadora americana Helen Fisher, da Universidade Rutgers, de Nova Jersey, em entrevista à Revista Veja, disse que quanto mais se estudam os genes, mais se atribuem a eles um papel decisivo na escolha dos parceiros amorosos. Ela está estudando essa teoria para o lançamento do próximo livro, ainda sem nome e data de lançamento. A pesquisadora afirma que há quatro perfis humanos (explorador, construtor, negociador e diretor) determinados pelas características de comportamento e predominância de determinados tipos de hormônios e neurotransmissores no organismo. Segundo ela, cada grupo procura parceiros com afinidades ou qualidades complementares.
O cheiro (não o do perfume, mas aquele que o corpo exala naturalmente) também serve como um filtro na escolha do (a) parceiro (a) ideal, afirma o psicoterapeuta Renato Dias Martino, professor de psicologia na Universidade dos Grande Lagos (UNILAGO). “Sem dúvida, o aparelho olfativo se desenvolve bem antes da capacidade de verbalização". “Quer dizer que o bebê aprende a amar sua mãe também por meio de seu cheiro, e esse modelo de escolha é utilizado pela vida afora”. Além disso, Professor Martino afirma que as escolhas vão além. “A escolha evolui para aquilo que poderíamos chamar de sexto sentido, a intuição”.
Natural
Muitos estudos explicam que a beleza é o primeiro critério na hora de escolher o (a) parceiro (a), porque a beleza no ponto de vista dos genes se traduz em saúde. Segundo o psicoterapeuta Prof. Renato Dias Martino, em primeiro lugar deve-se entender o que é beleza. A beleza é muito particular, e é bom que seja. Quanto menos ligada a pessoa está a modelos definidos pela massa, ou seja, pelo ponto de vista social, mais próxima de uma escolha saudável. “Muitas vezes, se fazem escolhas valorizando aquilo que o outro identifica como belo.Dessa forma, o amor fica a léguas de distancia”, complementa Prof. Martino.

SAIBA MAIS:
:: As escolhas amorosas sempre partirão de fantasias criadas na primeira infância
:: A forma como se escolhe o par amoroso revela a maturidade do ‘eu’
:: A paixão está bem distante do amor,e isso ocorre exatamente por uma questão evolutiva
:: O fator fundamental para que a paixão se transformeem amor é a entrada da verdade
:: Todas as razões são falíveis de superação pelo pensamento e o pensamento é mobilizado sempre por uma emoção, exatamente o inverso da razão

Fonte: Renato Dias Martino (psicoterapeuta e professor)


Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866
renatodiasmartino@hotmail.com
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domingo, 29 de maio de 2011

Dê mais tempo ao que traz prazer, alegria e satisfação

Lezio Junior
Dê mais tempo ao que traz prazer, alegria e satisfação
 


Francine Moreno
‘Eu acordo às 6 horas da manhã, faço café da manhã para meu marido e filhos, dou banho na Letícia, passo a camisa do Luís, arrumo a lancheira do Paulinho, levo as crianças para a escola e vou para o trabalho. Acha que acabou? Hora do almoço, pego as crianças na escola, faço almoço, levo os pimpolhos à aula de balé e ao futebol, vou ao supermercado, pego as crianças, volto para casa. Aí começa tudo de novo, ajudo o Paulinho na tarefa do dia, guardo a bagunça da Letícia e vou fazer o jantar, dou a sopinha para a pequena, insisto para que o Paulinho coma legumes, tiro a mesa do jantar, tomo banho. Agora vou descansar. Nada disso. Preciso organizar o churrasco do final de semana na casa da mamãe. Cuidar do machucado do Paulinho que acabou de cair no play do prédio, fazer a Letícia dormir e dar atenção para o Luís, que está reclamando que não encontrou o par de meias azul na sua gaveta. De repente todos dormem, o silêncio reina e agora eu posso sentar ou tentar dormir um pouco. Acho que não. A Letícia está com 38ºC de febre. Tadinha. Enquanto meu marido está dormindo satisfeito e feliz em nossa cama’.

As rotinas diárias de muitas mulheres resultam em estresse, frustração e pouca disposição para manter uma boa relação sexual com seu parceiro. Em seu novo livro, ‘Você, Dona do Seu Tempo’, o especialista reúne o material de sua pesquisa on-line feita com mais de 4 mil mulheres com idade média de 34 anos, das quais 43% são casadas, 37% solteiras, 10% separadas, 9% estão namorando e 1% é viúva. O resultado disso foi surpreendente: 78% das participantes não estão satisfeitas com sua vida sexual. As casadas queixavam-se de que, por mais que reservassem seu tempo para os maridos, não eram valorizadas, por isso preferiam, muitas vezes, dedicar-se mais a si mesmas, aos filhos ou ao trabalho. “As solteiras, por sua vez, reclamavam do fato de não terem tempo para procurar o parceiro ideal”, afirma.

De acordo com o e psicoterapeuta Renato Dias Martino, professor de psicologia na Universidade dos Grandes Lagos (UNILAGO), os maridos e namorados podem auxiliar nas mudanças de hábito ou gerenciamento do tempo. Em uma dupla sempre se têm 50% de responsabilidade para cada lado. Se existe alguém fazendo por dois é por que tem um que não faz nada. Jaques Lacan (1901-1980), seguidor francês de Sigmund Freud (1856-1939), aborda uma questão muito importante quando propõe que não é só o neurótico que se beneficia de seus sintomas, mas também aquele que se relaciona com ele.
“É muito importante que cada um possa assumir seu papel para que não se instale um modelo onde exista um acúmulo de funções. O relacionamento com o outro é uma extensão do relacionamento consigo mesmo”, afirma professor Renato Dias Martino.



Mais espaço para o amor
Relacionamentos dependem de disposição para estar junto, trocar experiências, comunicar emoções, fazer planos, receber e dar afeto. “O tempo cronológico não é o mais importante”, afirma a psicóloga, analista de comportamento e professora da PUC Campinas, Diana Tosello Laloni. O tempo que as pessoas dedicam aos seus afazeres está relacionado aos resultados que elas produzem. O desejo sexual pode estar associado a padrões comportamentais determinados pela cultura e podem estar sofrendo alterações. A mudança do comportamento da mulher para sua adaptação à cultura atual provoca mudanças no comportamento sexual feminino, mas a mudança no comportamento sexual não significa necessariamente uma diminuição da libido. “Fingir orgasmo para satisfazer o ego masculino não está associado a preocupações sociais, mas em geral à necessidade de agradar ao homem ou evitar ser cobrada por ele”.

É mais fácil fingir um orgasmo do que enfrentar uma conversa sobre o prazer de fazer sexo, ou sobre o melhor momento para fazer sexo, ou sobre as dificuldades de fazer sexo com aquele parceiro. Pelo ponto de vista psicológico, o psicoterapeuta Prof. Renato Dias Martino afirma que muitas vezes o excesso de trabalho é encontrado na vida daquele que tem muita dificuldade com sua sexualidade. “A realização só pode vir daquilo que é real, logo, para nos tornarmos reais e dignos de realizações, temos de conhecer-nos a nós mesmos. Só assim somos reais, ou seja, conhecendo nossa própria realidade”, afirma.
Prof. Renato Dias Martino
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A MEMÓRIA E O ESPAÇO MENTAL

"A persistência da memória",  Salvador Dali
Como no salão de ensaio de uma bailarina, a mente deve dispor-se ampla e livre para um bom desempenho do pensar.  A expansão dos movimentos da bailarina, assim como do pensamento, depende da possibilidade de circulação no interior da sala (mente), devidamente arejada e sentida como ambiente tranquilamente saudável. Uma sala entulhada de pré-ocupações não poderá ser um ambiente seguro, ou saudável para uma tentativa expansiva.
Não me parece exagero afirmarmos então que a pré-ocupação é sempre perigosa. Logo podemos nos estender a ideia de que, aquele que se pré-ocupa com o futuro (ou mesmo com o passado), pode ver-se impedido de ocupar-se do presente. 
Olhando mais atentamente para movimentos da mente e os processos internos que ali ocorrem, percebemos recursos criados para manutenção da interação entre mundo interno e mundo externo. A apreensão dos fatos que ocorrem em nossas vidas, e sobre tudo no que está na ordem das novas relações interpessoais, é permeada amiúde pelos registros de situações vivenciadas no passado em relações primarias.
O fato é que o passado guarda ocorrências, que por estarem lá atrás, talvez, já não sirvam como provas cabais ou respostas plenas às questões que o hoje propõe. Contudo, é exatamente por meio da memória que nos garantimos quando nos vemos inseguros de nós mesmos. O existir parece depender da capacidade de lembrarmos que somos nós. A memória nos serve como importante referencial, no entanto, só até que se possa restabelecer quanto ao desempenho do projeto presente, ou, em outras palavras, a demanda do “aqui e agora” em sua apreensão e experiência. Quando em meio a uma fervorosa discussão, dizemos: ‘eu me lembro muito bem!’, é por que, muito provavelmente estamos extremamente inseguros do que defendemos como verdade hoje.
Ao mesmo tempo e frequentemente, essa mesma memória pode nos ser traiçoeira. Isso quando ocupa a maior parte de nosso espaço mental. Podemos recorrer a ela para convencermos o outro de que temos certeza do que falamos e assim, garantimos nossa propriedade sobre o assunto discutido. Desta forma, acabamos por convencer a nós mesmos da nossa própria certeza. Apoiando-nos e acreditando no conteúdo da memória, que não passa de um registro do passado, portanto, difícil de perceber e ser compreendido de forma muito ampla. Logo, a capacidade de apreender o fato presente fica comprometida.
Isso ocorre, pois dessa forma, trocamos à percepção do presente, que é em si a maior expressão do real, ou seja, o maior referencial do que podemos extrair da realidade, pelo registro cristalizado daquilo que já passou.
O leitor pode estar questionando, de que forma este mecanismo se manifesta e, muitas vezes, se transforma em uma forma de funcionamento mental. Frente a esse questionamento, uma série de hipóteses se abre à reflexão. O sujeito, preso em sua memória, cria para si um modo especial de se vincular as pessoas e coisas. Um modelo baseado em estereótipos, ou seja, em ideias antecipadas, condena-o a viver cada nova experiência como uma repetição de algo que ficou no passado. É como se tomasse a mesma estrada esperando chegar a lugares diferentes. Em 1912, Freud (1856-1939) publica “A DINÂMICA DA TRANFERÊNCIA”, em que estuda o fenômeno da transferência, que ocorre, normalmente, em todas as relações humanas e que tem uma atenção particular no processo analítico.
Sigmund Freud (1856-1939)
“Se a necessidade que alguém tem de amar não é inteiramente satisfeita pela realidade, ele está fadado a aproximar-se de cada nova pessoa que encontre com ideias libidinais antecipadas”.

Freud escreve sobre a memória do amor perdido, incessantemente procurado nas novas relações.
Abre-se um confronto entre o reconhecimento do novo e a memória cristalizada no mundo interno. Nesse complexo processo, é mobilizada, no interior do sujeito, a criação de recursos defensivos frente ao desconhecido, potencialmente ameaçador. Sob efeito do medo de aprender o novo (incerto, desconhecido), apega-se naquilo do qual já se sabe e que se imagina ter propriedade. Portanto, uma nova verdade implica diretamente em destruir a antiga ideia.
No entanto, esse processo de transformação desperta certo sentimento de vazio, que se encontra entre uma verdade e outra. Vazio, sentido como angústia ou certo sentimento que muitas vezes sequer conseguimos nomear, que ativa no aparelho mental a necessidade de se livrar da emoção desagradável gerada. Assim, quanto maior a capacidade de tolerância deste vazio, maior a possibilidade transformação da verdade. Capacidade de vivência do luto referente a aquilo que foi perdido, sem que isso implique na perda do valor do eu.

Mas, o que usamos como defesa?  Partes do eu que se encontram secas e mortas, sem sensibilidade, são aquilo que colocamos como escudo; já foram partes vivas do eu, mas, hoje, são colocadas no front da batalha. Como na cebola, que utiliza suas cascas antigas (memórias) como proteção para as partes mais novas, recém nascidas. Aprender é muito difícil, desaprender é tanto mais.
"Aprender é muito difícil, desaprender é tanto mais".

Assim, a “memória” que aqui é diferente da “recordação”, rica em afeto, portanto parte da personalidade consciente e disposta ao pensamento, pode ser usada como defesa.

Capítulo do livro Para Além da Clínica., Renato Dias Martino - 1. ed. São José do Rio Preto, São Paulo: Editora Inteligência 3, 2011.

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sábado, 21 de maio de 2011

FUNCIONAMENTO ALIMENTAR



Muitos são os atalhos tomados quando o assunto é sobre as formas que podemos experimentar de angustias ou qualquer que seja a emoção que são potencialmente geradoras de comportamentos. Contudo, a escolha de atalhos talvez não seja o melhor recurso se o assunto é o funcionamento psíquico ou em outras palavras, as vicissitudes da alma. Os ditos Transtornos Alimentares descritos nos compêndios psiquiátricos (CID-10, F 50), como a anorexia e a bulimia, são geralmente diagnosticados focando-se uma distorção na auto-imagem e relacionados à pretensão da beleza estética corporal. Usando unicamente esse ponto de vista, temos então, um quadro que a partir de padrões de beleza corporal pré-estabelecidos, gira em torno do desejo por um corpo belo e as frustrações que surgem então.
Seguindo este ponto de vista, de maneira exclusiva, a prática psicoterapêutica com um paciente dessa ordem, estaria na tarefa de reconstruir o ideal do corpo, ou seja, o que se pretende como forma estética física ideal. Mas, penso que a questão está bem mais profundamente implicada do que na superfície do ser humano, onde se encontra o corpo físico.
Não é novidade alguma que a alimentação é uma das formas mais primitivas de contato, aproximação e vínculo entre os animais mamíferos e sobre tudo o ser humano. Na relação mãe-bebê, o contato feito a partir da amamentação é sem duvida o ponto de partida do contato da nova vida que nasce com o mundo externo.
Para Sigmund Freud (1856-1939), em 1905, as fases do desenvolvimento sexual da criança têm inicio na “fase oral”. Aqui lembrando a importante informação de que, para Freud o sexo é antes de tudo um representante de Eros (deus grego do amor), aquilo que nos liga, ou nos vincula ao outro. A satisfação sexual que primariamente é desvinculada da função genital mas, nessa fase, fundida á satisfação da nutrição. Freud (1905) postula que nessa primeira fase, chamada “oral”, a boca seria a via de comunicação com o mundo externo. 
A relação que a criança faz entre leite (seio) e amor é algo que orienta o rumo de uma boa alimentação e a transição do leite para o alimento sólido. Essa experiência transcende o vínculo primário com a mãe quando é então criado, a partir daí, um modelo de relações afetivas interpessoais posteriores, na sua vida adulta.
Enquanto mama, o bebê não esta simplesmente se alimentando, mas, realizando uma das mais importantes experiências de sua vida. Se até aqui concordamos com essa direção do pensamento, podemos supor que a maneira como o bebê vive essa experiência e a possibilidade de simbolizar esta vivência como boa e prazerosa, servirá de base para toda a vida afetiva e diretamente influenciará na forma da alimentação adulta.
O que seria então um transtorno alimentar se não uma maneira de evitar (mecanismo de defesa) algo que se sente como conflituoso e gerador de ansiedade, depressão, ou certas sensações tão desprazerosas que nunca tivera a chance de ser nomeada?
Penso então, como seria o habito alimentar daquele que quando bebê, a mãe (provavelmente despreparada para a função) sente como angustiante e até doloroso o ato de amamentar, assim como na tão falada depressão pós-parto? Além do que, a percepção de fatos emocionais é particularmente intensa nos bebês, que são particularmente sensíveis à relação mãe-bebê, principalmente nesta fase que é extremamente próxima. Essa relação que tem sua gênese numa ligação fisicamente simbiótica. 
Desse modo, a menor manifestação emocional de um, é logo percebida pelo outro, mobilizando em ambos, mecanismos internos de defesa.
Partindo do principio que, entre amor e alimento existe uma relação especial, perceber a insegurança na mãe, associada ao alimento que o nutre, pode tornar-se um forte gerador de culpa. Dessa forma, percebemos que, o conflito transcende a percepção corporal consciente, daquele que deseja ter um corpo belo. A figura de alguém muito magro é antes de tudo a figura de alguém do qual consumiu pouco alimento. 
Daí repensarmos as patologias alimentares como o bulêmico, que vomita o alimento, por culpa de tê-lo comido e o anorexo que evita a comida, deixaria a problemática da estética corporal reservada num segundo plano. A beleza corporal fica apenas como resultado de um complexo processo onde, quando um se nutre o outro sofre.
Nesse processo se encontraria, de um lado extremo tais transtornos e de outro a obesidade. Enquanto um imagina que só será amado se não comer, o outro procura preencher sua falta afetiva comendo em demasia.
Quero observar a condição poética que se pronuncia nesse material clínico que apresento. Frases recolhidas em minha experiência com pacientes dessa ordem, cujo texto foi minimamente ajustado para apresentar-se como tal.

‘Me sinto nojenta com o estômago cheio’
‘Me vem a culpa e eu vomito’
‘Quanto mais eu como, menos me sinto amada’
‘Quanto menos cheio mais bonito’
‘Para ser amada me privo da comida’
‘Quando estou gorda me sinto má’*
*(Frases retiradas de fragmentos de sessões com pacientes com queixa de transtornos alimentares.)


Dicas de filmes - O Segredo de Mary Reilly

O Segredo de Mary Reilly

Um filme estadunidense de 1996 do gênero suspense, dirigido por Stephen Frears.

O roteiro é baseado no livro Mary Reilly, de Valerie Martin, obra inspirada em 'O Médico e o Monstro', de Robert Louis Stevenson (1850- 1894) escritor escocês .


O filme conta a história de Mary Reilly, uma moça de origem humilde que teve uma infância muito violenta, e que vai trabalhar na casa do tímido Dr. Jekyll. Ela conhece o assistente do médico - Mr. Hyde - e acaba descobrindo o segredo de Dr. Jekyll e de seu assistente, mas guarda o segredo por que acaba se apaixonando por ele.
 
Elenco:
Julia Roberts.... Mary Reilly

John Malkovich.... Dr. Henry Jekyll / Edward Hyde
George Cole.... sr. Poole
Michael Gambon.... pai de Mary
Kathy Staff.... sra. Kent
Glenn Close.... sra. Farraday
Michael Sheen.... Bradshaw
Bronagh Gallagher.... Annie
Linda Bassett.... mãe de Mary
Henry Goodman.... Haffinger
Ciarán Hinds.... Sir Danvers Carew
Sasha Hanau.... jovem Mary Reilly




Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866
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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Entrevista sobre ‘Muito barulho por nada’ (na integra)


Entrevista sobre ‘muito barulho por nada’ (na integra)
Gisele Bortoleto - Por que existem pessoas que agem sempre da mesma forma diante das adversidades e problemas, achando que tudo errado acontece com elas?

Prof. Renato Dias Martino – Quando propomos uma experiência que possa ser comparada mesmo que metaforicamente (como você sugeriu) como se ocorresse uma tempestade num copo d’água, é importante percebermos que isso talvez nos sugira um sujeito que compreenda seu mundo na dimensão de um simples copo d’água. Isso, sobre tudo no que diz respeito às suas características como restrito, frágil e inacessível. Penso que viver uma experiência dessa ordem nunca é pela escolha, mas pela incapacidade de perceber uma possibilidade de navegar para além desse plano.

Gisele Bortoleto - Fazer sempre muito barulho por nada indica algum tipo de problema? Isso pode resultar em algum problema mais sério?

Prof. Renato Dias Martino – Sim, indica que essa pessoa necessita de certa atenção especial. É um sinal de que se sente extremamente ameaçada, muitas vezes com coisas simples e pequenas. Isso pode ser tanto um sinal de alguém que passa por uma crise séria e que talvez não esteja encontrando recursos eficientes para comunicar esse momento delicado às pessoas do seu convívio sem a ajuda do outro dificilmente sairá dessa posição, como também pode ser o indicativo de algo mais sério ainda, que possa estar acometendo no nível emocional e isso pode emergir como uma hipersensibilidade às ameaças internas e externas.
Gisele Bortoleto - É possível evitar esse tipo de comportamento e agir diferente? De que forma?
Prof. Renato Dias Martino – Nosso mundo, a priori, se faz assim, limitado, delicado, isso porque a capacidade de se reconhecer a si mesmo e também o mundo, parte de um modelo de percepção realmente restrito e quebradiço. Assim é a capacidade de percepção do bebê e também é assim sua concepção de mundo. Dentro desta perspectiva, qualquer desequilíbrio representa realmente um perigo enorme e até mesmo uma simples privação pode parecer o prenúncio de destruição e se esse bebê estiver saudável, o choro não tardará. Logo, estar sempre atento às ameaças, quando se é frágil de mais, é antes de tudo prudência.
Penso que ‘agir diferente’ deve ser sempre uma extensão do ‘ser diferente’, caso contrario, não passará de um fingimento para agradar e receber a aprovação do outro. Não podemos esquecer que falamos aqui da maturidade emocional e isso só se consegue sem pressa, com muito esforço e sempre com a ajuda do outro.
Gisele Bortoleto - Mudar a forma de pensar pode ajudar a aceitar melhor a vida? Quais os benefícios que a pessoa pode ter se mudar seu comportamento diante dos problemas?
Prof. Renato Dias Martino – Essa limitação original da habilidade de reconhecimento do mundo e das próprias capacidades vai se expandindo conforme a possibilidade de estabelecimento de vínculos seguros (afetivos) com aquilo que se encontra no mundo externo, além do eu, ou seja, o vínculo com o outro. Isso é justamente o que eu chamo de maturidade emocional. Também a capacidade de enfrentar intimidações externas e internas e não se sentir tão vulnerável ante as ameaças, encontram-se na mesma perspectiva. É justamente através dos vínculos que expandimos nossos mundos internos e externos.
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terça-feira, 10 de maio de 2011

Encontro filosófico 'IDEAL DE FELICIDADE E A CAPACIDADE DE SE ENTRISTECER'

Encontro filosófico 'IDEAL DE FELICIDADE E A CAPACIDADE DE SE ENTRISTECER'


A IDEIA É REPENSAR A IDEALIZAÇÃO DA FELICIDADE E O SEU REFLEXO NO FUNCIONAMENTO MENTAL. CONHECER PERPECTIVAS PSICANALÍTICAS SOBRE A MANIFESTAÇÃO PSÍQUICA DA TRISTEZA, SUA UTILIDADE E RECONHECER OS RECURSOS POSSÍVEIS PARA ESSA ORDEM DE EXPERIÊNCIA.

Coordenação: Professor RENATO DIAS MARTINO
Data: 28 DE MAIO DE 2011
Horário: DÁS 14:00, ÀS 16:00 HORAS
Local: UNILAGO – São José do Rio Preto SP

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domingo, 8 de maio de 2011

NÃO CORTE ROSAS COM MOTOSSERRA

NÃO CORTE ROSAS COM MOTOSSERRA
Gisele Bortoleto

Reagir de forma intempestiva a situações que não mereceriam tanto desgaste de energia faz mal à saúde. Aprenda a ter equilíbrio e resiliência para não fazer tanto barulho por nada.

(Matéria de Gisele Bortoleto, publicada na Revista Bem-Estar de 08 de maio de 2011.)

Atire a primeira pedra quem de nós, em determinados dias, não se desgasta inutilmente por coisas que, quando são melhor avaliadas, percebemos que não mereciam muita atenção. Tantas vezes, desnecessariamente, nos detemos em pequenos tropeços que tentamos transformar em grandes tombos e superdimensionamos pequenos problemas. Se você faz parte do grupo que enxerga qualquer dificuldade como uma crise, está na hora de perceber que tal postura não vai levá-lo a lugar algum. Pelo contrário. Especialistas alertam que é possível aprender com as adversidades e deixar para trás de uma vez por todas, o papel de vítima.


Quem não conhece, no ambiente de trabalho ou dentro da própria família, uma pessoa que acha que o mundo e todos os que nele habitam estão contra ela? Pessoas para as quais qualquer coisa é motivo para um drama do tipo “parece que as pessoas se unem contra mim”, “é uma conspiração”, “você não acredita no que me aconteceu hoje”, e por aí afora. É o tipo de pessoa que só reclama de tudo e não faz nada para mudar esse quadro. Diz que o ar-condicionado é muito gelado no lugar onde senta no escritório, mas não muda a mesa para outro local mais quente; reclama que trabalha todos os fins de semana, mas nunca pede folga. E quanto mais reclama, mais parece que coisas estranhas realmente acontecem e a pessoa vive preocupada “com que o mais de ruim irá acontecer”.


A preocupação, de acordo com o livro “A Paz de Todo Dia” (ed. Brahma Kumaris), é, geralmente, decorrente do desejo de mudar o passado ou de antecipar os eventos futuros que muitas vezes nem chegam a acontecer. Nesse ambiente, a mente fica infectada por ansiedades, que se acumulam e se tornam habituais. “Para relaxar por completo, precisamos antes de tudo silenciar o zumbido da ansiedade e sintonizar a quietude interior, onde a nossa busca pessoal por contentamento possa ser preenchida”, diz o texto.


O escritor norte-americano Richard Carlson diz em seu livro “Não Faça Tempestade em Copo D’Água - Maneiras simples e impedir que coisas insignificantes dominem sua vida” (Ed. Rocco) que, ao lidar com notícias ruins, pessoas difíceis ou pequenos desapontamentos, a maioria de nós desenvolve certos hábitos e maneiras de reagir à vida que não são ideais. “Nossa tendência é reagir violentamente, superdimensionar, nos apegar demais às nossas posições e valorizar apenas os aspectos negativos”, diz. Fazer muito barulho por nada é um modo aprendido e condicionado de reagir às situações.


O professor e psicoterapeuta Renato Dias Martino afirma que, quando propomos uma experiência que possa ser comparada, mesmo que metaforicamente, a uma tempestade num copo d’água, é importante percebermos que isso talvez nos sugira um sujeito que compreenda seu mundo na dimensão de um simples copo d’água. Sobretudo no que diz respeito às suas características como restrito, frágil e inacessível.


“Penso que viver uma experiência dessa ordem nunca é pela escolha, mas pela incapacidade de perceber uma possibilidade de navegar para além desse plano”, explica professor Martino.


Tudo isso indica, segundo ele, que essas pessoas necessitam de certa atenção especial. É um sinal de que se sentem extremamente ameaçadas, muitas vezes com coisas simples e pequenas.


Isso pode ser tanto um sinal de alguém que passa por uma crise séria e que talvez não esteja encontrando recursos eficientes para comunicar esse momento delicado às pessoas do seu convívio (sem a ajuda do outro, dificilmente sairá dessa posição), como também pode ser o indicativo de algo mais sério que possa estar acometendo no nível emocional (e isso pode emergir como uma hipersensibilidade às ameaças internas e externas).

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domingo, 1 de maio de 2011

BAIXAR OU NÃO A GUARDA?

BAIXAR OU NÃO A GUARDA?

Muitas pessoas têm medo da intimidade. Especialistas explicam que certa dose de “receio” é até bem-vinda, mas não deve travar as relações, principalmente quando se percebe haver um campo de confiança começando a ser cultivado.

(Matéria de Gisele Bortoleto, publicada na Revista Bem Estar de 1° de maio de 2011.)

Escreveu certa vez a psicoterapeuta e notável escritora norte-americana Virginia Satir (1916-1988): “Creio que a melhor dádiva que concebo receber de alguém é: ser vista, ser ouvida, ser compreendida, ser reconhecida. A maior dádiva que posso oferecer é: ver, ou vir, compreender e reconhecer outro ser humano. Quando isso acontece, sinto que houve contato entre nós”. Passamos nossa vida procurando um melhor amigo, um colega de trabalho de confiança, um irmão com quem possamos trocar confidências, uma alma gêmea. Buscamos a intimidade, talvez a forma mais rica de relacionamento entre as pessoas, mas, por outro lado, também talvez a mais temida.
Mas por que isso acontece? O escritor, poeta e filósofo Suryavan Solar diz no livo “O Caminho do Amante Como se Relacionar Sem Se Perder no Apego” (Ed. Gran Sol) que entrar em um estado de intimida de com o outro é expor o coração, baixar a guarda, deixando de lado qualquer tipo de defesa ou restrição e permitir-se totalmente vulnerável. Na opinião de Solar, temos medo da intimidade com alguém porque o outro recorda o estranho que vive dentro de nós e que não temos nem ideia de quem é. Um desconhecido que, por séculos, habitou nosso interior e que não nos atrevemos a vê-lo de frente. “O outro se converte em espelho, no desconhecido, a ponto de observar se pela primeira vez, e isso o apavora”, afirma. Para ele, permitir-se viver uma experiência de intimidade com o outro é um momento que se grava no coração. É um grande encontro de amantes. “A intimidade surge quando a chama do amante e do amado se encontram, se integram e fundem-se por um instante, quase até converter-se em uma só, avivando o fogo interno e acendendo a plenitude e o êxtase”, diz. Já não existem defesas, proteções, nem dúvidas. Só esse pequeno instante, eterno e puro.

O psicoterapeuta Renato Dias Martino diz que a intimidade é o nome que se dá ao modelo mais próximo de vínculo entre o “eu” e o “outro”. Uma forma extremamente privada de relação entre duas pessoas. É na intimidade que cria-se o ambiente propício para revelar-se o verdadeiro “eu”. Aquele “eu” primitivo e que normalmente não expomos de forma aberta. “E não o fazemos justamente porque essa parte da personalidade é desprovida de defesas. É o que temos de mais frágil em nós”, explica Professor Martino. Como numa cebola, onde as cascas secas (falso “eu”) escondem e, ao mesmo tempo, defendem o miolo tenro: na intimidade, retiramos nossas cascas e expomos aquilo que jaz no nosso interior.

De certa forma, podemos pensar que o medo da intimidade é um indicativo importante. Certo sinal sugerindo defesas para proteger algo que (pelo menos ainda) não é capaz de viver em contato com o mundo externo ou em contato com o outro. O outro que guarda sempre a ameaça da não aceitação daquilo que se revela na intimidade.
Professor Martino lembra que uma cota de medo da intimidade é sempre muito útil e bem-vinda para o bom funcionamento mental. “Parece-me que a intimidade é algo que deve ser construída muito lentamente e de forma natural”, diz. O vínculo de intimidade só pode ser saudável se contar com certa dose de confiança, de outra forma, o risco de se machucar e é algo muito provável.


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