quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sim senhor!

Por obséquio, me chame sim de senhor. Tente incluir o “Sr.” antes de mencionar meu nome. Não por uma falsa ética escondida por de traz de uma moral que tem a pretensão de ditar regras, mas como reconhecimento, por eu ter amadurecido. Ou mesmo um carinho recompensador pela minha condição amadurada.



Não é fácil amadurecer. Amadurecer é algo que não tem retorno, costumo dizer que ninguém pode “desamadurecer”. Assim, se esforce para me recordar dessa condição.
No caso de estar tentando me desfazer do peso de cada etapa desse penoso caminho, imaginando que iria sobrar algo de mim. Mero engano da minha parte, isso tudo sou eu e devo me responsabilizar por cada parte disso, nem que seja pelo mero prazer de ser chamado de senhor.


Senhor não do outro, alias, para cada outro que deixo de ser senhor, passo a me responsabilizar mais ainda de mim mesmo, sendo então, cada vez mais, senhor de mim.


Não é difícil encontrar alguém fazendo questão de ser chamado de “você”, logo depois de uma gaguejada de outro alguém, ao referir-se como senhor. Talvez, um medo dos prejuízos que acompanham a idade avançada. Seria uma ótima justificativa, não fosse pelo fato de que ser chamado de “você”, não passa de uma insustentável ilusão que de forma alguma minimiza os efeitos onerosos da chegada da idade.

Além do mais, muitas vezes o sujeito faz questão de ser chamado de “você”, entretanto, logo em seguida quer ser respeitado como “senhor”...


Sim, senhor! Senhor dos meus atos e da responsabilidade quanto ao eu. Aquele que se tornou senhor de si por aprender a respeitar-se a si mesmo não suportará mais ser desrespeitado pelo outro.
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Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866
renatodiasmartino@hotmail.com
http://pensar-seasi-mesmo.blogspot.com/

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