Lézio Jr. |
Amizade de menos
Diversos fatores contribuem para queda de amigos na vida
adulta
Contribuição na matéria de Daniela Fenti para o
Jornal Dário da Região
Vários fatores contribuem para a queda do número de amigos
na vida adulta, e isso é até normal. Ideal é não se isolar e manter relações
saudáveis com pessoas queridas
Você já passou dos 20 anos, concluiu os estudos, tem um
trabalho formal e um relacionamento sério. As redes sociais estão repletas de
conhecidos, mas as reais opções para convidar alguém da lista ou ser convidado
para um passeio são quase nulas.
Calma! É normal. Com a chegada da vida adulta e de suas
situações típicas, como o acúmulo de funções profissionais e, principalmente, o
namoro ou o casamento e a chegada dos filhos, especialistas afirmam que o
círculo de amigos tende a se estreitar.
É o caso da técnica cultural Joice Zorzi, 29 anos. Ela diz
que sua turma hoje não é tão grande como nos tempos da faculdade. “Eu sinto
saudade. Não é que faça falta, é só diferente.” Atualmente, ela namora à
distância e, por isso, aproveita as horas livres para viajar, o que dificulta a
convivência com os amigos.
“Tento manter contato com os mais próximos, pelo telefone ou
pela internet. Quando estou na cidade, também saio com algumas pessoas, mas
muitos se mudaram para longe”, explica ela.
Esse fenômeno da vida contemporânea, porém, não deve servir
como uma desculpa para o isolamento. De acordo com a antropóloga e
etno-historiadora Niminon Suzel Pinheiro, a mudança de prioridades é positiva,
pois quando se encontra um companheiro os pares costumam dedicar mais tempo ao
envolvimento amoroso.
Apesar disso, é importante que o casal não deixe de
estabelecer afinidades com outras pessoas. “A amizade é algo muito importante
para todos, porque precisamos de uma válvula de escape para os problemas do
cotidiano. Entretanto, a quantidade de amigos e o tipo de relação com eles
depende da personalidade de cada um”, justifica.
Sílvia Siqueira, 33 anos, fisioterapeuta, reclama da
ausência dos amigos comprometidos. “Todo mundo fala que a relação não vai
mudar, mas o estilo de vida acaba mudando. O parceiro está sempre por perto e a
gente perde um pouco a liberdade. Fico feliz porque meus amigos ficam felizes,
mas tenho medo de ficar sozinha. Ainda bem que meu filho de 8 anos é um
companheirão.”
Uma das razões para a dificuldade de se preservar antigos
amigos e conhecer novos é o ciúme do parceiro. Segundo Kática Ricardi de Abreu,
psicóloga clínica e organizacional especialista em análise transacional, é
possível fazer um paralelo entre as relações humanas e a alimentação.
Da mesma maneira que o organismo precisa de vitaminas,
carboidratos, proteínas e outros nutrientes, que não podem ser encontrados só
no feijão ou só no arroz, o aparelho psíquico requer muitas fontes e estímulos
para preencher suas necessidades de carinho e atenção, por exemplo.
“A pessoa pode amar muito seu companheiro ou sua
companheira, mas precisa ouvir histórias diferentes, contar a mesma história
para muitas outras pessoas. O casamento e o namoro não preenchem todos os
anseios. É um grande erro o casal se limitar ao ‘eu só vou se você for’ e ‘você
só vai se eu deixar’. Amizades saudáveis devem ser cultivadas independentemente
do estado civil”, ensina ela.
Outra barreira é o próprio ambiente de trabalho, pouco
propício para se estabelecer laços de afeto. Embora os funcionários passem a
maior parte do dia no local, o clima é mais de competitivade do que de
cumplicidade. “As simpatias e admirações pessoais acabam aparecendo, mas não
devem se misturar com as funções laborais”, pondera Kátia.
Valor à família
O psicoterapeuta Renato Dias Martino tem uma visão um pouco
diferente sobre o antídoto para a solidão. Ele acredita que o formato das
amizades tem como base a vivência familiar.
Desse modo, quem cresceu em um ambiente com vínculos
saudáveis conseguirá desenvolver e expandir essa capacidade, assim como
reconhecê-la nos outros. “É preciso criar vínculos formais, ou seja, cultivar
uma rotina com o outro. Mais do que criar oportunidades de diversão, é preciso
realizar algo juntos”, explica.
Por outro lado, o profissional alerta que grande parte das
pessoas se preocupa com as relações externas, mas se esquece de preservar a
amizade com o marido e a mulher, os filhos, os pais e os irmãos, com quem
convivem sob o mesmo teto. “A sociedade não deu certo. O único grupo humano que
deu certo é a família, justamente a institução mais descuidada. Se todos a
valorizassem em primeiro lugar, o mundo seria bem melhor”, destaca.
Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
São José Do Rio Preto - SP
Fone: 17-30113866
renatodiasmartino@hotmail.com
http://pensar-seasi-mesmo.blogspot.com
Psicoterapeuta e Escritor
São José Do Rio Preto - SP
Fone: 17-30113866
renatodiasmartino@hotmail.com
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