quinta-feira, 11 de abril de 2024

AMOR E FELICIDADE - Prof. Renato Dias Martino


Lá em 1914, no SOBRE O NARCISISMO: UMA INTRODUÇÃO, o Freud coloca a ideia lá, do amor feliz, para ele. Essa palavra feliz, para mim não faz muito sentido. Um amor feliz. Amor é dor. Amor não tem felicidade. Que felicidade tem no amor? Nenhuma! Amor é renúncia, amor é dor. Ama aquele que é capaz de tolerar a dor. Se você está buscando felicidade, não é amor que você vai buscar, você vai buscar paixão, você vai buscar qualquer outra coisa que é satisfação. A felicidade depende da ignorância. Quanto mais ignorante o sujeito for mais ele é feliz. O amor feliz para Freud que eu colocaria como amor saudável é aquele em que a libido objetal coincide com o a libido do ego. Este aí talvez, seria o amor saudável.

FELICIDADE E ALEGRIA

Um distanciamento enorme entre o conceito de felicidade principalmente este cultivado na contemporaneidade, com experiências como contentamento, alegria. Ninguém busca alegria, ninguém busca contentamento, elas são um estado de espírito que vem quando há uma configuração adequada para que elas possam vir. Agora, a felicidade é aquilo que o sujeito fica buscando o tempo todo, se ocupando em buscar, em detrimento de se preparar para tolerar dor. Se preparar para os dias difíceis. Felicidade se busca, alegria e contentamento vêm sem que eu precise buscar.

AMAR E SER AMADO

Enquanto o bebê, e isso se estende ao adolescente e ao adulto, enquanto o sujeito estiver se sentindo desamparado, inseguro de si mesmo, ele não é capaz de amar. Ele vai se ligar as pessoas para obter um benefício, ele vai se ligar as pessoas por conveniência. Ele precisa desenvolver isso. E como é que ele desenvolve isso? Sendo amado! Ele precisa ser amado e ser amado realmente, para que ele possa aprender a amar a si mesmo, aprender a reconhecer o limite de si próprio e estender isso ao outro. Reconhecer o limite do outro e aprender a amar o outro.



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