INTERRUPÇÃO
Amamentação é um fator da função materna. Se, por acaso a
amamentação teve que ser interrompida bruscamente, todos os outros fatores, ou
a maior parte dos outros fatores da função materna precisam estar funcionando
de maneira bem-sucedida. Se os outros fatores estiverem funcionando de maneira
bem-sucedida, a interrupção da amamentação não vai comprometer. O problema é
quando a amamentação que é interrompida bruscamente vem com a interrupção de
outros fatores da função materna. Porque, a mãe pode continuar cuidando com
carinho, com dedicação, mesmo que a amamentação tenha sido interrompida
bruscamente, pode lançar mão de outros recursos e continuar nutrindo o bebê de
carinho, de cuidado de atenção, de reconhecimento.
MAMADAEIRA
A mãe, por exemplo, pode ter um problema de não produzir o
leite e lançar mão do recurso da mamadeira no lugar do seio. Quando ela está
sendo suficientemente boa, quando ela está sendo dedicada comum, como diria
Winnicott, ela vai lançar mão da mamadeira e vai cuidar do bebê independente do
leite estar saindo do seio. Por outro lado, uma mãe pode dar o seio, pode estar
produzindo leite e não conseguir passar o afeto a partir das mamadas. Estar
dando mamá para o bebê, desconfortável, fazendo aquilo lá a contragosto. E é
pior do que dar a mamadeira.
DESMAME
O desmame é muito mais difícil para a mãe do que para o bebê.
A criança se adapta rapidamente no desmame, a mãe nem tanto. Principalmente se
a mãe tiver ali, projetando na amamentação elementos que não foram bem
elaborados na vida dela. Aí ela vai estender essa amamentação muito mais do que
o necessário, ou vai interromper na medida em que ela esteja se sentindo
desconfortável com aquilo. Muitas vezes, a mãe pode manter a amamentação do
filho para se defender de alguma situação, por exemplo.
OUTRA MÃE
Uma mãe que cuida de dois filhos, ela nunca cuida da mesma
forma dos dois filhos. Me desculpe! Me perdoe! Essa mãe era uma quando nasceu
um filho e ela é outra quando nasceu outro filho. Ela está em desenvolvimento.
Ela está passando por situações, por contingências completamente diferentes
quando nasceu um e quando nasceu o outro. Pode ter nascido o primeiro filho e
ela cuidou desse filho numa fase muito tranquila da vida dela, numa
tranquilidade financeira, numa tranquilidade emocional, numa tranquilidade
afetiva. Quando chega o segundo filho pode acontecer um monte de problemas e
esses problemas podem afetar na criação deste filho. É um papo muito furado
esse de falar: "Ah! Eu cuidei dos dois filhos, igual. Eu criei os dois...”
Não! Não cuidou! Não! Não criou! E eu não estou tentando culpar ninguém por
isso, mas falar isso é uma falácia! É uma mentira! Porque não acontece dessa
forma.
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