sábado, 7 de fevereiro de 2009

União faz a força

Contribuição na matéria do jornal Diário da Região, 'União faz a força' de Thiago Guimarães.




Nos momentos mais difíceis da vida é que os casais podem se fortalecer e descobrir que são capazes de enxergar a solução dos problemas sem arriscar o relacionamento.
Lézio Júnior
Editoria de Arte



União faz a força
Thiago Guimarães

Nem tudo na vida são flores. Por mais que tenhamos pensamentos positivos e tentemos ser fortes, as dificuldades acontecem a todo momento e podem ser um termômetro para mostrar como será o futuro de um casal. De acordo com a psicóloga Irene Araújo Corrêa, nestes momentos a criatividade, o companheirismo e a amizade da dupla são essenciais para encontrar caminhos. Não adianta gastar energia procurando o culpado ou acusando um ao outro. O importante é encontrar uma solução digna para os problemas que afetam os dois. A psicóloga explica que a maior dificuldade das pessoas nos momentos ruins é abrir mão de alguns padrões. Na maior parte dos casos os parceiros têm medo de deixar para trás comportamentos antigos, existe apego às conquistas anteriores e, principalmente, dificuldade em perceber a adversidade como uma fase que necessita de mudanças. Geralmente, essas mudanças são profundas, definitivas e, muitas vezes, deixam marcas emocionais para toda a vida.
No fracasso algo nos é tirado ou nossa expectativa não estava condizente com a realidade. Na vitória sempre algo positivo é acrescentado. Para que os dois possam encarar de frente os problemas é preciso assumir as escolhas que fizeram. Os dois precisam entender que algumas escolhas não funcionaram bem e constituíram-se em erro ou perderam sua força com o tempo e não são mais interessantes. Na maioria dos casos, é preciso transformar primeiro a si próprio para conseguir efetivar uma mudança. É fundamental assumir sua responsabilidade e trabalhar com afinco para mudar a situação. “Fugir da responsabilidade, não buscar soluções e esperar que os problemas se resolvam sozinhos não são as melhores saídas”, diz.
Na opinião da psicóloga Yara Monachesi, as situações de sofrimento podem fortalecer uma relação se as pessoas se unirem em torno de um objetivo comum, que pode ser a superação da dificuldade. Caso haja um “jogo de empurra”, no qual se responsabiliza o parceiro pela situação, ocorrerá, possivelmente, o desgaste da relação. Se formos pensar, a todo momento, que nossos negócios podem ir por água abaixo ou que nossos entes queridos podem adoecer, será difícil tocar a vida. Por isso, estabelecemos objetivos nos quais acreditamos que sejam coerentes com o desejo de sermos felizes. Quando o sonho se transforma em pesadelo, podemos, contudo, resolver enfrentá-lo, e se contarmos com o apoio e a proximidade de um ente querido, tudo se tornará mais fácil.

Como um pode ajudar o outro
Para encarar as adversidades de frente, no primeiro momento é importante que os dois se reconheçam realmente como um casal. Se existe um vínculo afetivo saudável a superação de problemas tem um forte e poderoso aliado. Isso só pode acontecer se existe entre o casal, um objetivo maior, pois quando não existe uma cumplicidade, certamente eles se apegarão aos fatos e ali encontrarão o fim. Segundo o psicoterapeuta Prof. Renato Dias Martino, com essa cumplicidade o casal realmente define qual é o problema, para que assim possa solucioná-lo. Quando o vínculo não se encontra saudável, ou seja, esteja funcionando de outra forma que não baseado no amor, o que é problema para um, pode não ser para o outro. Aí se forma um ambiente propício para o desenvolvimento da rivalidade. Em momentos onde o outro parceiro não consegue formar uma dupla para resolver os problemas, pode ser um sinal de que, talvez ele não seja um bom modelo de parceiro. “É bom ficar atento porque nestes casos a responsabilidade deve vir de dentro e não por meios externos”, diz. Porém, não podemos esquecer que existem momentos onde é prudente se afastar do outro, até para que se possa solucionar os problemas. Nesse tipo de modelo, a vinculação é tão confusa que é necessário o afastamento para que se ultrapasse a adversidade. Uma vitória ou um fracasso não serão algo acabado. A maior vitória é viver e o momento do fracasso é a ocasião de nos perceber humanos.



Prof. Renato Dias Martino
Psicoterapeuta e Escritor
Fone: 17-30113866 begin_of_the_skype_highlighting            17-30113866      end_of_the_skype_highlighting
renatodiasmartino@hotmail.com
http://pensar-seasi-mesmo.blogspot.com

Um comentário:

Mônica disse...

Sempre ouvi dos outros a frase: "casamento não é fácil" e me perguntava "será?"...quando casei, há 10 anos minhas dúvidas terminaram...rs...fui percebendo que, além de não ser nada fácil pelo lado da adequação da vida a dois (o que é normal), aprender a dividir o espaço físico, o espaço emocional, tem ainda a parte prática, as contas (a pior)e as responsabilidades diárias com a manutenção da casa. Passado o período crítico, o que passa a prevalecer é o sentimento de amor e respeito que existe (e ele tem que existir) entre o casal. E sem esse papo de agora somos UM, pois é justamente isso que destrói a relação. Essa ilusão de que não temos mais vida própria e temos que fazer tudo junto. Cada um é um indivíduo e tem que viver de acordo com a definição da palavra, ser único, com vida individual. Quando apredemos isso (e não é nada simples), o resto vem de lucro. O problema é que as pessoas têm pressa e não querem esperar o tempo necessário para que as coisas aconteçam e saem casando e descasando no afã de conseguirem ser, finalmente felizes. Porém não percebem que essa tal felicidade vem, justamente desses momentos de adequação e da certeza depois de que eles foram superados em conjunto, fortalecendo mais e mais os laços de amor e união do casal.