O conceito de autoconfiança tratado aqui é uma
qualidade do ego, que por sua vez é a parte da estrutura mental que tem função
principal no funcionamento mental, assim como pudemos aprender coma
psicanálise. O ego compõe a parte organizada e compõe também a porção
organizadora da mente. O ego é o que popularmente chamamos de autoestima.
Assim como toda habilidade mental, também a
autoconfiança é desenvolvida através do que podemos chamar de experiência
emocional bem sucedida. E isso inclui alguém além do sujeito, para que seja
possível viver esse ensaio de expansão da capacidade emocional. Quero dizer com
isso que, a constituição da autoconfiança depende fundamentalmente da
possibilidade de formar conexões emocionais saudáveis. A saúde dessas conexões
é determinada justamente pela condição de se poder confiar no outro.
Vínculos dessa espécie não são apenas úteis no que
diz respeito à manutenção da personalidade, por proporcionarem segurança para
se viver de forma razoavelmente tranquila, mas nos servem como modelos para
usarmos em relação a nós mesmos e assim expandirmos nossas possibilidades.
Quero dizer com isso que, a autoconfiança é gerada pela confiança (real) do
outro. Não sendo possível, portanto, cultivar autoconfiança sem ter
experimentado a confiança do outro. Além disso, sem um bom vínculo de confiança
as ilusões podem ser percebidas como fatos e o pensar, que prepara a ação, fica
assim, comprometido. Sem uma fonte segura na realidade a coleta de dados fica
sempre duvidosa.
Assim como a autoestima, também a condição da
autoconfiança é à base de todo funcionamento mental em expansão. É o que nos
possibilita reconhecermos nossos próprios limites e ensaiar para além deles. Só
através dessa condição podemos realizar no mundo. E é bom lembrar certa diferenciação
onde o realizar é distinto do produzir. De outra forma, seremos sempre
desacreditados, hora pelo outro, hora por nós mesmos num ciclo mórbido que só
poderá ser quebrado com um vínculo seguro de afeto e sinceridade.
A arrogância é o ultimo estagio da ignorância.
Quando somos arrogantes é sinal de que não nos reconhecemos e tão pouco, podemos
confiar em nós mesmos. A autoconfiança por sua vez, dissolve a arrogância.
Muitas vezes um sujeito arrogante passa por alguém que tem muita autoconfiança.
Mas, fica evidente que não deve ser a capacidade de autoconfiança que
movimenta a arrogância. Aquele que busca confiar em si mesmo, já deixou de usar
esse recurso hostil. No entanto, a arrogância serve bem àquele que inseguro,
não confia em si mesmo e a hostilidade é filha dessa insegurança.
Na realidade somos arrogantes justamente quando
estamos com medo e não estamos confiando em nós mesmos. Aprender a confiar em
si mesmo é, antes de tudo, aprender a reconhecer sua própria realidade
expandindo essa mesma realidade através da esperança que é o desejo do
possível, mesmo que além do que é real.
Prof. Renato Dias Martino
renatodiasmartino@hotmail.com
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http://www.pensar-seasi-mesmo.blogspot.com.br/
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